domingo, 8 de novembro de 2009

::: CAFÉ FILOSÓFICO - NOVEMBRO 2009 :::

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Os alunos do Curso de Ciências Sociais do If Triangulo Campus Uberaba têm o prazer de convidá-los a participarem do 1º Café Filosófico.

Data: 30/11/2009 (segunda-feira)
Horário: 19:00 na Unidade I (Fazenda)
Tema : "Inclusão Social".


A sua prensença é imprescindivel para o abrilhantamento do evento e para enriquecermos nossas convicções e concepções sobre o tema.
Na oportunidade será oferecido um cafe com uns quitutes feitos por nossas cozinheiras com o auxilio de nossa nutricionista.
A abertura será feita pelo Ilustre Reitor Euripedes Ronaldo contando com a presença da imprensa interna e externa.
Em breve os folders estarão distribuídos para melhor conhecimento.
Contamos com a presença de todos!

Abraços
Wagner Jacinto de Oliveira
Coordenador do Curso de Ciências Sociais

::: Lévi-Strauss no Brasil :::

Primeiro gostaria de registrar que Lévi-Strauss faleceu em 31 de outubro passado, feriado americano de Hallowen e dia em que faço aniversário. Dizem que não é possível sermos totalmente felizes, sua morte deixa um pouco de tristeza no coração de muitos de nós.

O filósofo de formação, que se tornou etnógrafo no Brasil entre os anos de 1935 e 1938, formou várias gerações de antropólogos, continua a ser incontornável para a experiência formativa de pesquisadores e permanecerá ainda, por muito tempo, atualizando o “inventário dos campos mentais”. Poucos pensadores percorreram um campo de explicação tão vasto, pensado e vivido com tanta acuidade. Na época em que decidiu suprir as condições necessárias para tornar-se etnólogo, Lévi-Strauss escolheu as populações indígenas brasileiras. Organizou expedições ao Mato Grosso e à Amazônia, estudando os Cadiueus, Bororos, Nambiquaras e Tupi-Caraíbas. Mas engana-se quem imagina que Lévi-Strauss partiu para nossas plagas para encontrar o exotismo ou propagar o progresso do Ocidente: “Odeio as viagens e os exploradores...”, lembremo-nos da frase que abre sua obra prima, Tristes Trópicos (1955). Ou ainda, na mesma obra, podemos encontrar sua recusa (ecológica) à devastação causada pela ideia Ocidental de progresso: “O que as viagens atualmente nos mostram em primeiro lugar são os nossos excrementos lançados à face da humanidade”.

Ao buscar o Brasil, Lévi-Strauss fugia na verdade da filosofia especulativa, que lhe parecia uma inútil ginástica intelectual, alheia à riqueza da vida cultural. Suas “acrobacias míticas”, ao contrário, são realizadas com o real, na famosa operação de “bricolagem”, quando, pela observação do mundo, o etnólogo lança mão de analogias, afastamentos, correlações e oposições para conferir inteligibilidade às lógicas profundas da cultura. Ao distanciar-se da filosofia, ele estava em busca de uma “ciência do concreto”, projeto que posteriormente esboçaria de forma mais nítida em O Pensamento Selvagem (1962).