Data: 30/11/2009 (segunda-feira)
Horário: 19:00 na Unidade I (Fazenda)
Tema : "Inclusão Social".
Abraços
Wagner Jacinto de Oliveira
Coordenador do Curso de Ciências Sociais
Primeiro gostaria de registrar que Lévi-Strauss faleceu em 31 de outubro passado, feriado americano de Hallowen e dia em que faço aniversário. Dizem que não é possível sermos totalmente felizes, sua morte deixa um pouco de tristeza no coração de muitos de nós.
O filósofo de formação, que se tornou etnógrafo no Brasil entre os anos de 1935 e 1938, formou várias gerações de antropólogos, continua a ser incontornável para a experiência formativa de pesquisadores e permanecerá ainda, por muito tempo, atualizando o “inventário dos campos mentais”. Poucos pensadores percorreram um campo de explicação tão vasto, pensado e vivido com tanta acuidade. Na época em que decidiu suprir as condições necessárias para tornar-se etnólogo, Lévi-Strauss escolheu as populações indígenas brasileiras. Organizou expedições ao Mato Grosso e à Amazônia, estudando os Cadiueus, Bororos, Nambiquaras e Tupi-Caraíbas. Mas engana-se quem imagina que Lévi-Strauss partiu para nossas plagas para encontrar o exotismo ou propagar o progresso do Ocidente: “Odeio as viagens e os exploradores...”, lembremo-nos da frase que abre sua obra prima, Tristes Trópicos (1955). Ou ainda, na mesma obra, podemos encontrar sua recusa (ecológica) à devastação causada pela ideia Ocidental de progresso: “O que as viagens atualmente nos mostram em primeiro lugar são os nossos excrementos lançados à face da humanidade”.
Ao buscar o Brasil, Lévi-Strauss fugia na verdade da filosofia especulativa, que lhe parecia uma inútil ginástica intelectual, alheia à riqueza da vida cultural. Suas “acrobacias míticas”, ao contrário, são realizadas com o real, na famosa operação de “bricolagem”, quando, pela observação do mundo, o etnólogo lança mão de analogias, afastamentos, correlações e oposições para conferir inteligibilidade às lógicas profundas da cultura. Ao distanciar-se da filosofia, ele estava em busca de uma “ciência do concreto”, projeto que posteriormente esboçaria de forma mais nítida em O Pensamento Selvagem (1962).
TERCEIRA DO PLURAL
ENGENHEIROS DO HAVAII
Corrida pra vender cigarro
Cigarro pra vender remédio
Remédio pra curar a tosse
Tossir, cuspir, jogar pra fora
Corrida pra vender os carros
Pneu, cerveja e gasolina
Cabeça pra usar boné
E professar a fé de quem patrocina
Eles querem te vender...
Eles querem te comprar...
Querem te matar (a sede)
Eles querem te sedar!
Quem são eles?
Quem eles pensam que são?
Quem são eles?
Quem eles pensam que são?
Quem são eles?
Quem são eles?
Corrida contra o relógio
Silicone contra a gravidade
Dedo no gatilho, velocidade
Quem mente antes, diz a verdade
Satisfação garantida
Obsolescência programada
Eles ganham a corrida
Antes mesmo da largada
Eles querem te vender...
Eles querem te comprar...
Querem te matar (de rir)
Querem te fazer chorar
Quem são eles?
Quem eles pensam que são?
Quem são eles?
Quem eles pensam que são?
Quem são eles?
Quem são eles?
Vender...comprar...
Vendar os olhos...jogar a rede...contra a parede
Querem nos deixar com sede,
Não querem nos deixar pensar!
Quem são eles?
Quem eles pensam que são?
Quem são eles?
Quem eles pensam que são?
Quem são eles?
Quem são eles?...
Humberto Gessinger é um exímio letrista. Ele brinca com a disposição e o aspecto frasal, formulando verdadeiras charadas de múltiplos e geniosos sentidos; a ambiguidade é o toque artístico ímpar do compositor gaúcho.
A música “Terceira do Plural” é um ataque aos “grandes ocultos”, referidos, indeterminadamente, como “eles” – pronome muito corriqueiro em filosofadas de boteco a respeito dos detentores do poder ou das teorias de conspiração que governam o mundo.
Na primeira estrofe, fica clara a seqüência lógica imposta pelo capitalismo publicitário. Já na segunda, existe uma interessante imagem: “Cabeça pra usar boné E professar a fé de quem patrocina”. Ou seja, há uma massa ignara que faz uso de seu atributo intelectual apenas para dar valor às marcas que ostenta.
O que mais chama a atenção na letra é o refrão, que mostra como o consumidor, em verdade, nada mais é do que um produto, assim como os que consome. Na passagem “Eles querem te vender” pode ser feita a interpretação tanto como o desejo de vender produtos ao consumidor, quanto como o de o próprio consumidor poder ser vendido, usado como moeda de troca pelo consumismo. Trocando em miúdos, seria mais ou menos como se os patrocinadores das corridas de carros vendessem seus consumidores – os tele e os não tele espectadores – aos patrocinadores das indústrias tabageiras, e estes, por sua vez, às indústrias de farmacos. Um ciclo perfeito, fazendo rotar não os produtos, mas sim os consumidores.
A partir da quinta estrofe, é feita uma descrição da lógica consumista fútil e irracional, implantada quase à força na sociedade. A expressão “time is money”, sintetiza a ideia da “Corrida contra o relógio” dos tempos modernos.
Contra a televisão e à mídia se abate a passagem “Quem mente antes, diz a verdade”; pois, na atualidade, com a velocidade instantânea da transmissão de informação, qualquer fato que for divulgado massivamente, em pouco tempo vai ser tido como verdadeiro por todo o mundo, mesmo sendo de conteúdo falacioso.
“Querem nos deixar com sede, Não querem nos deixar pensar!” aí o consumidor é tratado como um fantoche, facilmente manipulável – inclusive por mensagens subliminares – estando sedado para os acontecimentos, completamente passivo ao que ocorre, um robô adestrado para consumir.
Retirado de: http://viajandonaletra.blogspot.com/2009/04/terceira-do-plural.html
Hoje, o historiador marxista diz ter o mesmo sentimento, "eu não gostava da burguesia vitoriana e ainda não gosto, embora apreciasse o dinamismo daquele tempo". À essa impressão, porém, vem adicionando, nos últimos anos, mais uma, a nostalgia.
"Agora, quando comparo o século 19 com o 20, sinto simpatia pelo modo como aqueles homens acreditavam no progresso. Foi um século de esperança. E essa minha nostalgia cresce à medida que o tempo passa e vejo, com pessimismo, o que vem acontecendo", diz.
Estão abertas as incrições para o 33º Encontro Anual da ANPOCS.
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A inscrição no 33º Encontro Anual da ANPOCS permite a presença em toda e qualquer atividade acadêmica, exceto nos Cursos pagos à parte.
OBSERVAÇÃO: INFORMAÇÕES ENVIADAS PELA NOSSA COLEGA DO CURSO DE CIÊNCIA SOCIAIS, Tamires Barbosa Rossi Silva
Hoje, tenho eu a impressão de que o "cidadão comum e branco" é agressivamente discriminado pelas autoridades e pela legislação infraconstitucional, a favor de outros cidadãos, desde que sejam índios, afrodescendentes, homossexuais ou se auto-declarem pertencentes a minorias submetidas a possíveis preconceitos.
Assim é que, se um branco, um índio e um afrodescendente tiverem a mesma nota em um vestibular, pouco acima da linha de corte para ingresso nas Universidades e as vagas forem limitadas, o branco será excluído, de imediato, a favor de um deles! Em igualdade de condições, o branco é um cidadão inferior e deve ser discriminado, apesar da Lei Maior.
Os índios, que, pela Constituição (art. 231), só deveriam ter direito às terras que ocupassem em 5 de outubro de 1988, por lei infraconstitucional passaram a ter direito a terras que ocuparam no passado. Menos de meio milhão de índios brasileiros - não contando os argentinos, bolivianos, paraguaios, uruguaios que pretendem ser beneficiados também - passaram a ser donos de 15% do território nacional, enquanto os outros 185 milhões de habitantes dispõem apenas de 85% dele... Nesta exegese equivocada da Lei Suprema, todos os brasileiros não-índios foram discriminados.
Aos 'quilombolas', que deveriam ser apenas os descendentes dos participantes de quilombos, e não os afrodescendentes, em geral, que vivem em torno daquelas antigas comunidades, tem sido destinada, também, parcela de território consideravelmente maior do que a Constituição permite (art. 68 ADCT), em clara discriminação ao cidadão que não se enquadra nesse conceito.
Os homossexuais obtiveram, do Presidente Lula e da Ministra Dilma Roussef, o direito de ter um congresso financiado por dinheiro público, para realçar as suas tendências, algo que um cidadão comum jamais conseguiria!
Os invasores de terras, que violentam, diariamente, a Constituição, vão passar a ter aposentadoria, num reconhecimento explícito de que o governo considera mais que legítima, meritória a conduta consistente em agredir o direito. Trata-se de clara discriminação em relação ao cidadão comum, desempregado, que não tem este 'privilégio', porque cumpre a lei.
Desertores, assaltantes de bancos e assassinos, que, no passado, participaram da guerrilha, garantem a seus descendentes polpudas indenizações, pagas pelos contribuintes brasileiros. Está, hoje, em torno de 4 bilhões de reais o que é retirado dos pagadores de tributos para 'ressarcir' àqueles que resolveram pegar em armas contra o governo militar ou se disseram perseguidos.
E são tantas as discriminações, que é de se perguntar: de que vale o inciso IV do art. 3º da Lei Suprema?
Como modesto advogado, cidadão comum e branco, sinto-me discriminado e cada vez com menos espaço, nesta terra de castas e privilégios.
Ives Gandra da Silva Martins, renomado jurista brasileiro com reconhecimento internacional, é professor emérito das universidades Mackenzie, Paulista e da ECEME – Escola de Comando do Estado Maior do Exército.
Presidente do Conselho da Academia Internacional de Direito e Economia, é membro das Academias de Letras Jurídicas, Brasileira e Paulista, Internacional de Cultura Portuguesa (Lisboa), Brasileira de Direito Tributário, Paulista de Letras, dentre outras.
O MARXISMO E O SÉCULO XXI
O marxismo seguramente foi a doutrina mais importante do século XX, no amplo sentido de um “campo” (Pierre Bourdieu) ou ainda no sentido de ideologia (Antonio Gramsci – com seu “americanismo e fordismo”) e não no dos próprios Karl Marx e Friedrich Engels (como doutrina dominante da classe dominante.) A tal ponto que se pode dizer que o século XX foi o século do marxismo.
Mas a pergunta que não quer calar, e que, é direta: e o século XXI e no século XXI ? O que o marxismo pode vir a ser, o que o marxismo tem a dizer? O século abriu-se com a maior crise econômica, mundial, global, desde os dias da Grande Depressão de Trinta. Mesmo sobre esta, o que o marxismo disse “no calor da hora” não honrou muito as tradições da economia política marxista, que é seu terreno e sua certidão de nascimento. E agora, que crise é esta? François Chesnais tem dado orientações teóricas muito férteis, sobre a transição para um regime de acumulação à dominância financeira. E que mais ?
Essas intrigantes questões não se farão com um marxismo sectário e doutrinário; mas não se trata de proclamar um ecletismo despolitizado: as interrogações partem da tomada de posição de que o marxismo pode ainda alimentar as lutas pela transformação social e política, senão com a transcendência e abrangência mostradas no século XX, pelo menos com uma postura crítica que não se deixará seduzir nem pelo apocalipse nem pelo conformismo. Concluindo, um marxismo dialógico e dialético.
Minha opinião - Teoricamente, temos uma crise clássica na interpretação marxista: é de realização do valor, mas aqui está sua novidade: a produção do valor se dá na China e sua realização nos EUA. Uma ampliação quase sem precedentes na história mundial das fronteiras da mais-valia. Descentralização do trabalho? Nãooooo. É no que pode dar a assimetria entre os 10% de crescimento da China e os modestos